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Disse o filósofo Henri Bergson que a democracia proclama a liberdade, exige a igualdade e reconcilia essas duas irmãs inimigas colocando acima de tudo a fraternidade.

 

 

 

 

Sem fraternidade, a igualdade só pode ser imposta pela força. Enganou-se Madame Roland quando, a caminho da guilhotina, pronunciou a célebre frase: “ Ó liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!” Foi pela igualdade e não pela liberdade que funcionou a guilhotina de Robespierre.

A liberdade, sem as restrições do amor fraterno, promove a desigualdade e conduz, inexoravelmente, à opressão dos pobres pelos ricos. E não adianta tomar o poder e guilhotinar os ricos de hoje, pois, em breve tempo, o poder e a guilhotina estarão nas mãos dos ricos de amanhã

O escritor Charles Péguy disse que a revolução social seria moral ou não seria, efetivamente, uma revolução. Nesse sentido, a grande revolução de 1917 não se efetivou. O número de aristocratas que detinham o poder na Rússia dos czares correspondia, aproximadamente, a 3% da população; calcula-se que a “nomenklatura” que detinha o poder na União Soviética correspondia igualmente a 3% dos habitantes e, como se sabe, era tão opressora quanto a velha aristocracia.

Hoje está na moda falar de uma nova realidade que teria surgido com a derrocada da União Soviética. Verdadeiramente nada mudou: o capitalismo estava e continua em crise agônica e se o remédio não se encontra em Marx, também não se encontra no liberalismo de Hayek ou no intervencionismo de Keynes.

O crescimento econômico infinito num ambiente finito é uma impossibilidade evidente. O cobertor é curto e só temos esse. Não há plano econômico que dê jeito nisso.

Ao invés de planos econômicos, o que precisamos é de propósitos fraternos. Almejar padrões de vida confortáveis para todos sem luxos e superfluidades. Construir novos estilos de vida que limitem o desperdício de recursos ambientais e humanos para permitir a todos os homens da Terra dispor deles em medida suficiente. A Terra – disse Gandhi – proporciona o bastante para satisfazer a necessidade de cada homem mas não a voracidade de todos os homens.

Não precisamos de condomínios de luxo nem de delicatessen: precisamos de pão e teto para todos.

 

 

 
 

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03/12/2009

 

 

 

 
     

 

 

 

 
 

 

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