"O que tem duas túnicas, dê uma ao que não tem”.
S. João Batista (Lc., 3,11)



   O suíço Jean Ziegler, professor na Universidade de Genebra, critica a idéia de Adam Smith de que a riqueza não se adquire de ninguém. E argumenta: os bilhões de dólares que se acumulam nos bancos suíços não vieram do espaço. Vieram do Brasil, do Zaire, Filipinas e de outros países do Terceiro Mundo. São o sangue e a miséria de povos da África, da Ásia e da América Latina.

   O cientista brasileiro Josué de Castro considerava que o subdesenvolvimento de uns era um produto do desenvolvimento de outros.A pobreza é apenas o reverso da afluência.

   O professor suíço e o sábio brasileiro encontram respaldo na ciência física. É uma verdade decorrente da primeira lei da termodinâmica que o homem não tem capacidade para criar ou destruir matéria ou energia. Em conseqüência, não há forma de aumentar o estoque de riqueza do Planeta. Se uma parcela da humanidade acumula riquezas, isso se faz a expensas das outras parcelas.

   Há mais de mil e seiscentos anos, S. Basílio Magno, que não sabia nada de termodinâmica, pregou: “Ao faminto pertence o pão que você guarda em seu armário. Ao homem nu, o agasalho que jaz pendurado e que você não usa. Ao que anda descalço pertencem as sandálias que estão se estragando em sua prateleira. O dinheiro acumulado por você pertence aos miseráveis”.

 
     
 
 

 
 

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12/12/2010