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É uma falácia atribuir a uma pretensa explosão demográfica a miséria do nosso povo e um engodo dizer que para combatê-la é imprescindível o controle da natalidade.

É inegável que em regiões onde se verifica uma autêntica explosão demográfica o desenvolvimento econômico fica prejudicado.

Não é o caso do Brasil, como se depreende dos seguintes dados estatísticos: com uma área de 8.511.965 km², para uma população de 184.739.395 – 21,6 habitantes por km² - pode-se até dizer que o nosso país é desabitado.
Certamente não é o que parece ao morador ou ao visitante de qualquer de nossas grandes cidades assoberbadas com o afluxo das populações rurais que, por falta de políticas sociais adequadas, deixam o interior ao abandono e vão inchar as megalópoles

No último quartel do séc.XX, o Brasil expandiu notavelmente sua fronteira agrícola, mas este êxito não se traduziu em maior justiça social no campo e não contribuiu para minorar a fome .

Sucessivos governos, visando a exportação, incentivaram o plantio de soja, em imensos latifúndios, em detrimento da plantação diversificada de alimentos para o mercado interno que era feita por pequenos e médios agricultores. Estes, levados a vender suas propriedades, praticamente expulsos da terra, foram aumentar, ainda mais, as populações urbanas ou, como alternativa, foram ajudar a queimar a floresta amazônica. O que se considera um problema demográfico é, na realidade, um problema institucional.

Nossa economia é de modelo colonial, subdesenvolvida, dependente do mercado externo e é errôneo pensar-se que uma economia subdesenvolvida é meio moderna, meio atrasada e que a mera expansão do setor moderno constitui o próprio desenvolvimento econômico. Expandir o setor belga não muda a estrutura de Belíndia
*.

Na realidade, enquanto a produção total da economia cresce ou decresce em função da demanda externa não se pode falar em desenvolvimento e o setor moderno é tão parte do modelo colonial quanto o setor atrasado.

O crescimento da população não constitui, necessariamente, um obstáculo ao progresso da economia e à superação do modelo colonial. Representa, pelo contrário, um importante fator positivo na medida em que possibilita um dimensionamento maior do mercado interno. O suposto problema demográfico será resolvido com a desconcentração da propriedade e da renda e uma redistribuição espacial das atividades econômicas, única forma efetiva e humana de fazer face às dificuldades ocasionadas pelas intoleráveis concentrações populacionais nas grandes cidades.


* Termo criado pelo economista Edmar Bacha para significar que o Brasil tem algo de Bélgica e algo de Índia.

 

 

 
 

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03/12/2009

 

 

 
 
     

 

 

 
 

 

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