"O
homem branco
sabe como
fazer tudo,
O
economista
Ramonaval
Costa, grande
estudioso dos
problemas da
distribuição
da renda,
comentando
essas palavras
de Touro
Sentado, disse
que a nossa
sociedade sabe
fazer muitas
coisas mas
ainda não
aprendeu a
fazer o
crescimento
sem pobreza.
Ramonaval não
percebeu que
não se trata
de um
desconhecimento
e sim de uma
impossibilidade.
Aliás, são
poucos os que
reconhecem
essa
realidade. A
maioria
esmagadora,
tendo
introjetado os
valores da
classe
dominante, não
vê que a
riqueza flui
dos pobres
para os ricos
e não dos
ricos para os
pobres.
Até os autores
do famoso
relatório do
Clube de Roma
(1972) sobre
os "Limites do
Crescimento"
rejeitaram a
evidência.
Após exaustiva
pesquisa,
chegaram à
conclusão de
que os
problemas
econômicos e
ambientais se
originam de um
simples fato:
a Terra é
finita. Em
face dessa
constatação e
sabedores de
que os países
ricos já
abocanharam a
maior parte
das riquezas
do planeta,
não faz
sentido supor,
como fizeram
eles. "que à
medida que o
resto do mundo
se desenvolva
economicamente,
seguirá
basicamente o
padrão de
consumo dos
Estados
Unidos".
O
desenvolvimento
não é
sequência de
etapas a serem
superadas -
como pensou o
economista
americano Walt
Rostow - e nem
está ao
alcance de
todos. É
evidente que o
ritmo
desenfreado de
produção e
consumo dos
países ricos
se processa a
expensas dos
países pobres
e inviabiliza
o
desenvolvimento
destes (1)
Numa cultura
que visa a
maximização
dos lucros é
inviável a
distribuição
da renda.
Garantia de
uma renda
mínima para
todos
(programa
defendido por
um senador
brasileiro,
mas cujo
idealizador
foi o
economista
americano
Milton
Friedman ;
distribuição
de alimentos;
bolsa para
isto e para
aquilo, não
constituem
distribuição
da renda: são
apenas esmolas
que deixam
intocado o
sistema iníquo
em que
vivemos.
Nota
1- Celso
Furtado
escreveu: "Não
podemos deixar
de reconhecer
que existe
ampla
informação
sobre o
processo de
industrialização
em países de
diversos graus
de
desenvolvimento
econômico.
Porque
dispomos dessa
informação, já
é possível
aceitar a tese
esposada pelos
autores do
estudo
(Limites do
Crescimento),
segundo o qual
na medida em
que o resto da
economia
mundial se
desenvolve
economicamente,
ela seguirá
basicamente os
padrões de
consumo dos
Estados
Unidos. "A
aceitação
dessa doutrina
implica em
ignorar a
especificidade
do fenômeno do
subdesenvolvimento.
A ela se deve
(...) a
concepção do
desenvolvimento
como uma
sequência de
fases
necessárias, à
la Rostow".
"O mito do
desenvolvimento
econômico" -
Rio de
Janeiro, Paz e
Terra, 1974,
3º ed. p.22.
Francisco F.A.
Fonseca
escreveu: "O
maior erro dos
autores dos
Limites do
crescimento
foi supor que
os pobres
poderiam
trilhar o
mesmo caminho
dos ricos,
para se
tornarem
também ricos."
"O
mundo em
crise" - São
Paulo, Signus
Editora, 1999,
p.58.
Keynes e Marx,
por
desconsiderarem
as leis da
termodinâmica,
cometeram o
mesmo erro.
E.F.
Schumacher
escreveu:
"Gandhi
costumava
falar
desdenhosamente
de "sonhar com
sistemas tão
perfeitos que
ninguém
precisará ser
bom. "Mas não
é esse,
precisamente o
sonho que
podemos agora
concretizar
com nossos
maravilhosos
poderes da
ciência e da
técnica? Por
que bradar por
virtudes, que
o homem talvez
nunca adquira,
quando a
racionalidade
científica e a
competência
técnica são
tudo que se
requer?
Em vez de dar
ouvidos a
Gandhi, não
nos sentimos
mais
inclinados a
ouvir um dos
mais
influentes
economistas de
nosso século,
o grande Lord
Keynes? Em
1930, durante
a depressão
econômica em
escala
mundial, ele
sentiu-se
impelido a
especular a
respeito "das
possibilidades
econômicas
para nossos
netos"
(Ensaios de
Persuasão) e
concluiu que
talvez não
estivesse
muito longe o
dia em que
todos seriam
ricos."
"O negócio é
ser pequeno",
Rio de
Janeiro, Zahar,
1983, 4ª ed.,
pp. 19-20.
Paul A Baran e
Paul M Sweezy
escreveram:
"Marx,
analisando o
capitalismo
mais adiantado
de sua época,
declarou,
enfaticamente
para os que
viviam nas
sociedades
menos
desenvolvidas:
"De te fabula
narratur" - é
tua a história
contada. "E
ainda: "O país
mais
desenvolvido
industrialmente
"Capitalismo
monopolista",
Rio de
Janeiro, Zahar,
1978, 3ª ed.,
p. 21.
Todos os
Direitos
Reservados
03/09/2010
mas não sabe
distribuir
isso".
Chefe Tatanka
Yotanka (
Touro sentado)