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Entre as folhas da agenda, a pétala, escondida,

ocultava mui triste o meu doce segredo;

a sua palidez guardava a despedida

daquele amor risonho e pleno de folguedo.

 

 

Com imenso calor, embora envelhecida,

aos meus olhos lembrava a ilusão de um enredo

só por nós dois vivido. E muito ressentida,

eu lamentava a dor de te perder tão cedo.

 

 

A pétala sem vida, escondendo o amargor

que dentro do meu peito era tão grande clamor,

descolorida, aos céus rogava só piedade.

 

 

Sentindo-a assim tão perto, eu tinha só saudade;

e, apenas por lembrar momentos fascinantes,

eu lamentava agora o fim de dois amantes...

 

 

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03/09/2004